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Em união convosco, Virgem de La Salette, proponho percorrer esta Via Sacra que me vai recordar os sofrimentos e a morte de Jesus, vosso Filho. Quisera chorar convosco, unir minhas lágrimas às vossas, partir meu coração de arrependimento, para assim, mais certamente aplacar a Jesus irado por minhas culpas e ingratidões.
Ó Mãe das Dores, tornai a dizer-me as causas de vossa aflição na Santa Montanha em vossa Aparição. Quero vos ouvir e tornar proveitosos a minha alma os vossos maternais ensinamentos.
Nossa Senhora de La Salette Reconciliadora dos pecadores.
Rogai sem cessar por nós que recorremos a Vós.
Nós vós adoramos, Senhor Jesus Cristo, e vos bendizemos!
Porque pela vossa Santa Cruz remistes o mundo!
PRIMEIRA ESTAÇÃO: Jesus é condenado à morte.
Esta cruel condenação renovam-na todos os dias os pecadores da terra… Ai de mim; não teria sido também do número desses infelizes! Tenho real e verdadeiramente pedido a morte de meu Deus, todas as vezes que tenho cometido um pecado mortal… Eis ai a causa das abundantes lágrimas da nossa Mãe em sua celeste Aparição.
Ó Jesus, a vossa caridade é eterna e o vosso coração fica sempre aberto para difundir sobre mim as vossas misericórdias; dignai-vos conceder-me a contrição de que necessito. E vós, Mãe de amor, compadecei-vos deste filho pródigo e obtende-me as lágrimas de sincera penitência afim de que chore convosco os meus pecados.
Meu Jesus, misericórdia!
Meu Jesus, misericórdia!
SEGUNDA ESTAÇÃO: Jesus carrega a sua cruz
Pesada e dolorosa é de certo a cruz; as minhas inúmeras iniquidades, porém, oprimem o coração de Jesus com o peso mil vezes mais grave e doloroso. O mesmo peso dos meus pecados é que torna tão pesado o braço de Jesus. Foi a cruel lembrança das minhas ingratidões que tanto amargurou o coração da terna Mãe quando me veio visitar.
Ó Jesus, Rei de misericórdia, suportai-me algum tempo, para que possa com vosso auxilio reparar as injustiças da minha vida. Ó Maria, das mães a mais compassiva, sustente sempre o braço de Jesus irado e obtenha ao filho culpado o tempo de penitenciar-se.
TERCEIRA ESTAÇÃO: Jesus cai pela primeira vez.
Jesus cai… Sua adorável face jaz no pó e a poeira mistura-se com o sangue, que jorra das chagas da coroa de espinhos e levanta-se desfigurado. É a tal estado que o reduz ainda o horrível pecado de blasfêmia de que tão dolorosamente se queixa nossa Mãe… Não o teria cometido? Não teria presenciado o fato da blasfêmia sem indignar-me e sem preocupar-me em reparar a injustiça feita à glória de Deus?
Ó Jesus, Rei da eterna glória! Louvado seja pelos Anjos do céu e por toda a Igreja da terra em reparação de tantos ultrajes… Ó Mãe esses ultrajes sangram o vosso coração e arrasam de lágrimas os vossos olhos; possa minha vida torna-se contínuo louvor a Jesus por minha fidelidade em observar os divinos mandamentos.
QUARTA ESTAÇÃO: Jesus encontra a Sua Mãe
Jesus e Maria encontram-se, mas em que estado, em que caminho? Quem poderia dizer a amargura da sua dor? Ó tristeza! Nestes últimos tempos houve como que outro encontro de Jesus e da Santa Mãe. Apresentou-se Maria a seu Filho, que já não padecia por nós, mas se indignava contra nós por causa dos nossos inúmeros pecados… Por isso é que essa terna Mãe parecia tão amargurada e aflita como no caminho do Calvário
Ó Jesus, lembrai-vos da via dolorosa e das amarguras da Mãe nos dias da vossa Paixão e pelo amor da Virgem Imaculada, tende piedade de nós. Incomparável Mãe nunca cesse de estar junto do vosso divino Filho para implorar pelos vossos pobres filhos.
QUINTA ESTAÇÃO: Jesus é ajudado a levar a Cruz pelo Cireneu
Somente forçado Simão Cirineu carregou a Cruz de Jesus. No entanto, esse manso Salvador disse: “Se alguém quiser vir após mim, leve a sua cruz e siga-me”, já não por necessidade, mas por amor; já não com tristeza, mas com ânimo. A cruz que devo levar é antes de tudo e principalmente o castigo devido ao pecado; são as calamidades públicas e privadas. Nossa Mãe veio nos recordar na misericordiosa Aparição.
Ó Jesus, cumpra-se a vossa vontade! Aceito tudo; que provação, porém, e o castigo venham sobre mim do vosso coração, nunca da vossa justa cólera. E vós, o Maria, divina consoladora, obtende-me suportar com fé, até com reconhecimento, todas as penas da vida.
SEXTA ESTAÇÃO: Verônica enxuga o rosto de Jesus
Essa mulher é o nosso modelo. Que dedicação! Que coragem! Que intrepidez! Sim, doravante a maior glória de Jesus, sua honra perante os homens, seus divinos interesses sejam a principal preocupação do meu zelo, do meu trabalho, dos meus sacrifícios. Assim é que darei a conhecer aos homens as suas amabilidades e os seus adoráveis encantos; assim poderei consolar a divina Mãe e secar-lhe a fonte de lágrimas.
Ó Jesus, esplendor e beleza dos céus, concedei-me a graça de perfeita conversão e de ardente zelo pela vossa glória… Ó Maria, Mãe encantadora, obtende-me a admirável felicidade de poder, por uma vida santa, corresponder ao amor que me tendes e consolar-vos o aflito coração.
SÉTIMA ESTAÇÃO: Jesus cai pela segunda vez
O meigo Salvador recorda-me assim as recaídas. Pois, quantas vezes, lhe tenho prometido amor que chamava eterno! Mas ai de mim! Pouco depois já tinha esquecido tudo e preferia novamente o pecado ao amor do seu coração e renovava sem rubor as dores de minha terna Mãe e de novo a fazia chorar…
Ó Jesus, por piedade, seja a vossa misericórdia sempre mais abundante que as minhas iniquidades. Detesto-as e amargamente as deploro a vossos pés. Ó Maria, com mão poderosa sustente-me sempre sobre o horrendo abismo da minha corrupção e da minha miséria.
OITAVA ESTAÇÃO: Jesus encontra as mulheres de Jerusalém
Jesus lhes disse: “Não choreis sobre mim, mas sobre vós e sobre os vossos filhos, pois, grandes calamidades vos ameaçam”.
A paixão de Jesus, a compaixão de Maria, as lágrimas dessa querida Mãe sobre o novo Calvário de La Salette me comovem e me levam a chorar; caiam, porém as minhas lágrimas sobre os meus pecados para lavá-los e sobre os pecados do mundo para aplacar a cólera divina. A contrição, a penitência, eis o remédio para todos os males.
Ó Jesus, fazei-me compreender o grande ensinamento que destes àquelas piedosas mulheres. Ó Maria, ó dispensadora das graças, dignai-vos comunicar ao vosso pobre filho o espírito de penitência e difundi-lo por toda a face da terra para renová-la.
NONA ESTAÇÃO: Jesus cai pela terceira vez
A divina face de Jesus torna a tombar no pó… Para que esta terceira queda? Jesus quer expiar a obstinação dos pecadores no mal. Ó mistério! Eis o segredo da maldade dos homens que Maria Santíssima revelou na Aparição com estas palavras: “Se meu povo não se quiser submeter…” É o que lhe arrancava do coração esta queixa: “desde o tempo que sofro por vós”.
Ó Jesus, caridade infinita, não abandoneis os pecadores. Multiplicai as vossas misericórdias; somos a obra de vossas mãos e o preço do vosso sangue… Ó Maria, onipotência suplicante, reparadora perfeita, divina Reconciliadora, nunca cesseis de orar, de suplicar e de interceder por nós.
DÉCIMA ESTAÇÃO: Jesus é despojado das suas vestes
Jesus despojado… Ó vaidade, adornos mundanos, sensualidades, orgulho, violação voluntária do jejum e da abstinência, imortificações de toda a espécie, eis a vossa obra!
A humilhação do divino Cordeiro e os suplicio que ele sofre, nos revelam o que há de malicia em tais faltas que tão pouco nos movem à contrição. Maria Santíssima, novamente, as vem condenar e nos inspirar profunda aversão por elas, com as palavras, com o austero trajar, com a dor, com as lágrimas.
Ó Jesus, Rei da pureza! Mortificai-me o coração e os sentidos. Tanto na minha alma como no meu corpo, a mortificação seja sempre a guarda da minha inocência… E vós, ó Rainha dos corações puros, Virgem sem par, tomai-me sob vossa proteção. Quero assemelhar-me convosco. Quero, custe o que custar, reproduzir vossos traços.
DÉCIMA PRIMEIRA ESTAÇÃO: Jesus é crucificado
As mãos e os pés são-lhe trespassados e pregados na cruz. Cinge-lhe a cabeça a coroa de espinhas, o corpo é coberto de chagas. Foi por minha causa que se reduziu a tão doloroso estado. Foi a vontade de me salvar que o levou a tão excessivo sofrimento. Naquela hora Maria está diante dele de pé; o seu sofrimento é inexprimível nas línguas dos homens; e no entanto por meu amor, Ela consente na morte do Filho.
Ó Jesus crucificado, pertenço-vos para sempre. Entrego-vos a minha alma com todas as faculdades. Ó Maria deveras, “por mais que ore, por mais que faça, nunca poderei recompensar-vos a pena que vos destes por mim”. Tornai, pois, eficaz o meu desejo de vos retribuir amor por amor.
DÉCIMA SEGUNDA ESTAÇÃO: Jesus morre na cruz
Jesus morre… O coração é aberto pela lança… Conhecemos-lhe o testamento… Temos a Eucaristia e Maria é nossa Mãe.
Está consumado o sacrifício; mas encontrou Jesus, nos infinitos recursos de seu amor, meios de perpetuá-lo até o fim dos séculos; e aquela que me deu como Mãe veio me demonstrar na misericordiosa Aparição que não é em vão que traz esse nome.
Ó Jesus, fazei-me compreender a excelência do Santo Sacrifício da Missa e o respeito que merece o dia em que me impondes obrigação de ouvi-la. Iluminai os infelizes que violam o santo dia do Domingo, não sabem de quantos bens se privam. E vós, ó Maria, minha verdadeira Mãe, minha Rainha, divina mensageira de Jesus! Que o vosso povo ouça a vossa voz e que o manso Salvador reine em todas as almas resgatadas.
DÉCIMA TERCEIRA ESTAÇÃO: Jesus deposto da cruz e entregue à sua Mãe
Jesus deposto da Cruz repousa nos braços da Mãe. Que tocante espetáculo! Que mistério de sofrimento e de amor! O corpo adorável não podia ser melhor depositado; Jesus e Maria são uma coisa só. Nada fez a morte senão consagrar essa inefável união. Não será esse ensinamento que essa terna Mãe nos revela na Aparição, trazendo no peito a imagem de Jesus crucificado?
Ó Jesus, uni-me para sempre a Maria, então será também perfeita a minha união convosco, pois é por Ela que vós comunicais aos vossos eleitos; é nela, como num foco de amor, que essa sublime união se realiza. E vós, ó Mãe de Jesus, uni-me a esse Deus de bondade e misericórdia, vosso único amor e meu único amor.
DÉCIMA QUARTA ESTAÇÃO: Jesus é sepultado
O sepulcro eis o fim de toda a vida humana! Esse pensamento atormenta a natureza, mas a fé lhe aponta o céu, que se abre no dia mesmo da morte, diante da alma cristã que acompanhou a Jesus até o calvário, e a ressurreição desse mansíssimo Salvador é penhor seguro da minha ressurreição no fim dos tempos. Aparecendo às duas crianças, toda resplandecente de luz dos corpos ressuscitados e voltando depois aos céus, Maria vem confirmar a nossa consoladora esperança.
Ó Jesus, meu Redentor vivo! Sei que hei de ressuscitar no último dia e agora espero a vossa graça neste mundo e a vossa glória no outro.
Ó Maria minha vida, minha doçura, minha esperança! Na hora derradeira, é o que espero de vossa misericórdia, recebais a alma do vosso pobre filho em vossos braços maternais. Amém!
Obs: a decima quinta estação não fazia parte dessa versão de via sacra por isso não tem, mas cada um pode acrescentar uma oração ou canto com a certeza da ressureição, pois ele venceu a morte.
(extraído do compêndio de orações saletinas)