NOSSA HISTÓRIA

MISSIONÁRIOS DE NOSSA SENHORA DA SALETTE

Saletinos: Ministros da Reconciliação

Em seu Mandamento Pastoral de 1º de maio de 1852, Dom Philibert de Bruillard, Bispo de Grenoble, determinou a construção de um Santuário no alto da Montanha de LA SALETTE, local da Aparição da Mãe de Cristo a 19 de setembro de 1846. No mesmo ato lançou as bases da Congregação dos Missionários de Nossa Senhora da Salette. Pouco tempo antes, a 19 de setembro de 1851, Dom Philibert havia publicado um Mandamento Doutrinal pelo qual proclamava a veracidade dessa mesma Aparição e autorizava a devoção a Nossa Senhora da Salette que era largamente invocada pelo povo como “Reconciliadora dos Pecadores”.

Nesse Mandamento Pastoral o Bispo declarou: “Por mais importante que seja a construção do Santuário, algo de mais importante, ainda, existe: são os Ministros da Religião destinados a dar-lhe atendimento, a acolher os piedosos peregrinos, a fazê-los ouvir a Palavra de Deus, a  exercer para eles o ministério da Reconciliação, a administrar-lhes o augusto Sacramento de nossos altares, e a ser para todos, os dispensadores fiéis dos mistérios de Deus e dos tesouros espirituais da Igreja.

Estes Padres serão chamados Missionários de Nossa Senhora da Salette. Sua criação e sua existência serão, bem como o próprio Santuário, um monumento eterno, uma lembrança perpétua da Aparição misericordiosa de Maria”.

No mesmo documento ainda, Dom Philibert descreveu o perfil de vida missionária destes sacerdotes: “Estes Padres, escolhidos entre muitos outros, para serem os modelos e os auxiliares do clero das cidades e das campanhas, terão uma residência habitual na cidade episcopal. Residirão no alto da montanha durante o período de peregrinação, e, durante o inverno, evangelizarão as diferentes Paróquias da Diocese. Nós instituímos agora, portanto, um corpo de missionários diocesanos, a quem queremos dar vigor e crescimento, com todas as nossas energias, com todos os nossos sacrifícios, e com toda a colaboração de nossos piedosos diocesanos, sobretudo, com a de nosso querido Clero.

Esse corpo de missionários é como que o selo com que queremos assinalar as outras obras que, pela graça de Deus, nos foi dado criar. É, por assim dizer, a última página de nosso testamento, é o último legado que queremos deixar a nossos bem amados diocesanos. É uma lembrança viva que queremos deixar a todas e a cada uma de nossas Paróquias. (…) Essa sociedade de padres, destinados a se tornarem vossos eficientes auxiliares, que, em vista do futuro, fazem o sacrifício de sua própria pessoa, de sua posição vantajosa, e abraçando a vida pobre, dura, laboriosa do homem apostólico, exige vossa generosa colaboração, bem como a de vossos respeitáveis paroquianos. Eles necessariamente precisarão ter em Grenoble uma casa que lhes sirva de noviciado para formar jovens padres, onde, no recolhimento e no estudo, se preparam para novas tarefas, e na qual poderão de forma digna, abrigar-se em sua velhice. (…) A Santa Virgem apareceu em La Salette para todo o universo, quem disso pode duvidar? No entanto, Ela apareceu também, de forma especial, para a Diocese de Grenoble que disso tirará duas vantagens inapreciáveis: um novo Santuário a Maria, um corpo de Missionários Diocesanos. Essas duas obras se tornaram possíveis somente por causa da Aparição, e para sempre perpetuarão a lembrança da Aparição”.

Na mente de Dom Philibert, Aparição, Santuário e Missionários estão intimamente ligados. A Aparição é o evento inspirador que levou Dom Philibert a concretizar o ato fundador tanto do Santuário quanto dos Missionários de Nossa Senhora da Salette. O evento extraordinário suscitava uma onda intensa de conversões, o que deu origem à devoção a Nossa Senhora “Reconciliadora dos pecadores”, devoção firmada e divulgada, sobretudo, pela “Confraria de Nossa Senhora da Salette, Reconciliadora dos Pecadores”, atuante na Paróquia de LA SALETTE. A devoção a Maria Reconciliadora obteve, a seguir, diversos privilégios por parte do Bispo Diocesano e da Santa Sé.

Um amplo movimento de peregrinações se formou em torno do local da Aparição, o que exigia uma atitude pastoral por parte de Dom Philibert. O Bispo determinou, então, a construção do Santuário e a fundação de um Instituto eclesial para atender, em primeira instância, as peregrinações na Montanha da Salette e as missões paroquiais na Diocese de Grenoble. Os Missionários, desde o início, foram grandemente solícitos no exercício do Ministério da Palavra e do Sacramento da Reconciliação.

Nascia assim, em 1º de maio de 1852, o novo Instituto designado por Dom Philibert como  “Missionários de Nossa Senhora da Salette”. O Santuário, fundado na mesma data, teve por sua vez, a pedra fundamental lançada a 25 de maio do mesmo ano de 1852.

Antes ainda do “ato fundador”, Dom Philibert havia tomado providências em vista da organização da nova instituição missionária saletina. Havia escolhido, inicialmente, três Padres dentre o Clero Diocesano de Grenoble, Burnoud, Sibillat e Denaz, para comporem a equipe pioneira da instituição. Outorgou-lhes a Regra dos Cartuxos de Lyon, com algumas adaptações, como instrumento provisório para início da vida comum da equipe sacerdotal. No dia 5 de março de 1852, os três sacerdotes fizeram, entre as mãos de Dom Philibert, “a promessa provisória que mais tarde será convertida em voto, de começar a viver e trabalhar segundo o espírito da Regra de nossa nova vocação de Missionários de Nossa Senhora da Salette”.

Formava-se, assim, uma equipe, grupo ou associação de Padres Diocesanos com o objetivo definido de servir ao Santuário e a suas peregrinações, bem como o de dirigir Missões Paroquiais no âmbito da Diocese de Grenoble. Desde o começo, no entanto, circulavam dentro e fora do grupo ideais de Vida Religiosa. O próprio Dom Philibert deu sinal de que esperava por isso. Plantou, portanto, a semente. O tempo traria as condições de sua maturação. O grupo viveu sua evolução em ambiente comunitário, embora com dificuldades, e, por fim, floresceu como Congregação Religiosa.

Por ocasião do lançamento da pedra angular do Santuário, a 25 de maio de 1852, os três se faziam presentes no local da Aparição, para acolher a Dom Philibert e a multidão de peregrinos ali reunidos, e participar da solene cerimônia no alto da Montanha da Aparição.

Na Montanha da Salette os três Padres moravam num casebre de madeira individual. A pobre habitação, com um único compartimento, servia, ao mesmo tempo, de sala de refeições, sala de visitas, de trabalho, de cozinha e quarto de dormir. O vento gelado das montanhas penetrava pelas frestas das moradias desprovidas de qualquer comodidade. O brilho das estrelas era contemplado pelas aberturas do telhado, em noites mal dormidas. Outro casebre, um ambiente comum, servia de capela para a  meditação da equipe e para as celebrações com os peregrinos. Com a construção do Santuário, iniciada em 1852 e concluída em 1865, foi possível organizar, aos poucos, uma habitação mais cômoda para a equipe sacerdotal saletina.

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O grupo sacerdotal caminha para uma Congregação Religiosa

Antes do final do ano de 1852, aos três pioneiros juntaram-se outros Padres Diocesanos Archier e Bonvallet. Em 1853, entrou o Padre Richard. Em 1854, os Padres Chavrier, Berlioz e Albertin. Em 1856, chegou o Padre Bossan. Em 1857, os Padres Buisson e Petit. O anseio de professar o voto de pobreza, além dos votos de castidade e obediência que, como clérigos diocesanos, todos haviam professado, animava o grupo sacerdotal. O ideal de uma Vida Religiosa se fazia cada vez mais evidente.

 Uma nova Regra de Vida, porém, se fazia necessária, com a previsão de estruturas estáveis, indispensáveis para uma Vida Religiosa. Não foi fácil chegar a um consenso quanto à elaboração de uma Regra de Vida comum. Apesar da grande boa vontade, nenhum dos membros do grupo tinha experiência de vida comunitária. Por fim, Dom Ginoullhiac que a 23 de abril de 1853 sucedeu a Dom Philibert, vendo a dificuldade existente no grupo, outorgou-lhe uma nova Regra, mais completa e apta para firmar os ideais e as estruturas necessárias para uma desejada Vida Religiosa.

Em carta de 8 de novembro de 1857, o Bispo Dom Ginoulhiac convocou os Missionários a que optassem, com plena liberdade e uma vez por todas, entre deixar o grupo ou emitir os votos religiosos. Os que decidissem permanecer, se comprometeriam a seguir a nova Regra por ele outorgada. Em 1857 ainda, apenas seis membros do grupo se prepararam para dar o novo passo, fazendo o Noviciado. A 2 de fevereiro de 1858, os Padres Archier, Berlioz, Albertin, Buisson, Petit e Bossan professaram os primeiros votos religiosos, por um ano, entre as mãos do Bispo Diocesano, Dom Ginoulhiac. A Comunidade foi constituída. Padre Archier foi nomeado Superior. O grupo de sacerdotes diocesanos tornava-se, assim, uma Congregação Religiosa de Direito Diocesano, com o mesmo nome que Dom Philisbert lhes havia dado a 1º de maio de 1852: Missionários de Nossa Senhora da Salette.

Novos padres diocesanos aderiram, depois, a essa equipe inicial de Religiosos Saletinos: em novembro de 1858, Padre Giraud, um renomado escritor, orador e um dos mais importantes místicos franceses do século XIX, solicitou a entrada na nova Congregação; em setembro de 1864, entrou o Padre Henri Berthier, e, em setembro de 1865, o irmão dele, Padre Jéan Berthier, Fundador da Congregação dos Missionários da Sagrada Família.

Antes, em outubro de 1852 ainda, Burnoud, o primeiro membro da equipe de pioneiros, havia sugerido que todos os Missionários de Nossa Senhora da Salette trouxessem como distintivo  um CRUCIFIXO com a torquês e o martelo, a exemplo do Crucifixo presente sobre o Coração de Maria em sua Aparição em La Salette. A sugestão foi acatada e, desde então, a Cruz Saletina se tornou o emblema da Congregação.

Desenvolvimento da Congregação

Em 1858, o Padre Silvano Maria Giraud se apresentou como postulante para entrar na nova Congregação. Carregava um forte pendor para a vida contemplativa. Na Mensagem de Maria Santíssima na Aparição de La Salette eram lidas duas notas características:

– As atitudes de Maria Santíssima, as suas lágrimas na solidão da montanha, e suas palavras “Por mais que rezeis, por mais que façais, jamais podereis compensar a aflição que sofro por vós”, suscitavam um espírito de oração, de penitência e zelo pela causa de Deus. Sugeriam, pois, uma Vida Religiosa de estilo contemplativo.

– As palavras finais de Maria, “Vamos, meus filhos, transmiti isso a todo o meu povo”, pediam claramente uma vida de ação apostólica.

Padre Giraud trabalhava para que a nova Congregação se constituísse na linha contemplativa. Como Mestre de Noviços inculcava esse espírito junto aos formandos. Os confrades, no entanto, queriam prosseguir numa Vida Religiosa ativa.  As duas tendências não se encontravam. Finalmente, no Capítulo Geral dos Missionários, em 1876, sendo Dom Fava Bispo Diocesano de Grenoble e Padre Giraud Superior da Congregação, o caráter apostólico da Congregação foi aprovado em votação, por maioria de votos. Foram feitas adaptações na Regra de Vida, e o Padre Archier foi eleito Superior Geral. Por intermediação de Dom Fava, o texto da Regra foi apresentado à Santa Sé, a 27 de maio de 1879, e por ela aprovado no mesmo ano.

Em 1879 ainda, o Santuário da Montanha da Salette foi elevado à honra de BASÍLICA pelo Papa Leão XIII que também autorizou a solene coroação da estátua de Nossa Senhora da Salette, sob o título de RECONCILIADORA DOS PECADORES, entronizada sobre o altar mor do mesmo Santuário.

carisma da Reconciliação que já identificava a Congregação foi confirmado. A Congregação, que se havia tornado de Direito Pontifício em 1879, alcançou a 14 de maio de 1890 a aprovação definitiva de sua Regra de Vida. O texto da Regra passou por sucessivas adaptações ao longo dos anos. A última foi elaborada nos anos imediatamente posteriores ao Concílio Vaticano II.

Expansão Saletina

Com a aprovação da Congregação por parte da Santa Sé, os Missionários de Nossa Senhora da Salette podiam, agora como membros de uma Congregação de Direito Pontifício, atravessar os limites pastorais da Diocese de Grenoble, sua Diocese Mãe, e partir para as “missões estrangeiras” ou “além fronteiras”. Ao convite de Dom Bernard, um Bispo francês de uma Diocese em remota região da Noruega, um grupo de Missionários Saletinos seguiu para lá, em 1880. Durante dez anos trabalharam arduamente, implantando com eficiência, a Palavra do Senhor em meio ao povo da região. Dom Bernard, por sua vez, tornou-se depois, membro da Congregação Saletina. Por razões estranhas aos Missionários Saletinos, porém, eles deixaram a missão na Noruega em 1890.

A partida da Noruega permitiu novas linhas de expansão da Congregação. Instados também pelas dificuldades causadas pelas leis antirreligiosas na França, leis que proibiam a vida em comunidade religiosa, ao final do século XIX e começo do século XX, os Missionários de Nossa Senhora da Salette foram obrigados a partir do solo francês. Expandiram-se, então, pela Suíça, Itália, Bélgica, Polônia, América do Norte, Madagascar e logo depois, Brasil.

As comunidades saletinas na França viveram, nessa época, experiências dolorosas de desmantelamento, inclusive a que atendia o ministério das peregrinações no Santuário da Montanha da Aparição. A comunidade foi obrigada a abandonar o Santuário e partir para o exílio. Somente em 1943, ao final da Segunda Guerra Mundial, os Missionários puderam retornar a seu berço congregacional, o Santuário de LA SALETTE.

 

Florescente e presente em diversos países, porém, a Congregação, em 1934, se organizou em Províncias para maior eficiência apostólica e melhor funcionamento interno. As quatro primeiras Províncias organizadas foram: França, Polônia, Estados Unidos e Brasil. Outras mais, depois disso, foram erigidas nos cinco Continentes. A Congregação se faz presente e atuante hoje, também na Itália, Inglaterra, Espanha, Alemanha, em alguns Países do Leste Europeu, na Argentina-Bolívia, Filipinas, Índia, Myanmar, Angola, Madagascar.

Casa Geral da Congregação, depois de algumas mudanças de endereço nos primeiros anos do século XX, fixou-se em Roma.

A missão no Brasil

Padre Clemente Henrique Moussier ms foi o primeiro saletino a chegar ao Brasil. No dia 26 de setembro de 1860, nascia em Ablandins, uma das aldeias de LA SALETTE, o menino Clemente Henrique, filho de Jean e Sophie Moussier. A fé e a devoção a Nossa Senhora da Salette o fez sentir-se chamado por Deus. Após sua caminhada vocacional, foi ordenado sacerdote no dia 31 de maio de 1885. Tinha alma de missionário. Um desejo de ir além fronteiras para transmitir a Mensagem da Salette e comprometer a vida como Missionário, levou o Padre Moussier a partir para a América do Norte, como membro do primeiro grupo de Missionários de Nossa Senhora da Salette que para lá se dirigiu. Trabalhando no apostolado da missão saletina, ouviu falar do Brasil, de sua pobreza e carência de sacerdotes para atender as necessidades religiosas de seu povo. Inflamou-se nele o ardente desejo de se dirigir para o Brasil. Depois de repetidas tentativas para obter a licença do Superior Geral para tanto, finalmente foi atendido em seu pedido. Depois de um retiro na Montanha da Salette, tomou o Vapor La Plata, em Bordeaux, França, e atracou no Porto de Santos no dia 18 de dezembro de 1902.

Foi recebido por um sacerdote francês, seu amigo, que trabalhava em Itú, no interior de São Paulo. Para lá se dirigiram. Padre Moussier foi aprendendo a falar o português e procurando um lugar para dar início à obra saletina no Brasil. Depois de trabalhar em Jaú, durante algum tempo, e tendo contato com o Arcebispo de São Paulo, foi-lhe confiada, em 1904, a recentemente fundada Paróquia de Santana, em São Paulo. Dedicou-se imediatamente ao trabalho paroquial e à construção da Igreja Matriz. Nesse meio tempo, dava atendimento à comunidade a partir da Capela Santa Cruz, onde morava graças às Irmãs de São José de Chambéry que dirigiam um Colégio anexo, e onde se estabeleceram também os primeiros confrades do Padre Moussier vindos da Europa a partir de 1904. Em 1912, Padre Moussier, com a permissão do Cardeal Arcebispo do Rio de Janeiro, partiu para lá. Queria muito fundar um Santuário de Nossa Senhora da Salette na Capital do Brasil. Assumiu a nova Paróquia no Bairro do Catumbi, bairro pobre da Capital Federal, e ao mesmo tempo, atendia outra Paróquia sem Padre, nas vizinhanças. Extenuado pelo intenso trabalho pastoral, morreu no Rio de Janeiro, em 1919, depois de ter dado início à fundação do sonhado Santuário.

Nesse meio tempo, os Missionários haviam atuado igualmente em Campinas e Santa Cruz das Palmeiras, SP. A missão saletina ter-se-ia firmado melhor no Brasil, nesse tempo, se três dentre os Missionários atuantes no país, não tivessem sido convocados pelo Governo Francês para lutarem no campo de batalha, na França, durante a 1ª Guerra Mundial de 1914-1918.

Em 1942 os Missionários Saletinos puderam fundar nova Paróquia-Santuário, no Alto de Santana, SP, desmembrada da Paróquia de Santana. Anos mais tarde, na capital paulista ainda, os Missionários fundaram a Paróquia de Vila Paulistana. Em São Paulo mantêm igualmente uma Casa de Formação para futuros sacerdotes da Província. Em 1986, deixaram, porém, de atender a Paróquia de Santana, depois de oitenta e dois anos de dedicação apostólica.

Com a chegada de novos colaboradores para a obra saletina no Brasil, depois da 1ª Guerra Mundial, nova Paróquia, além das Paróquias de Santana, SP, e Catumbi, RJ, foi fundada em Marcelino Ramos, no Rio Grande do Sul, em 1928. Um Seminário para a formação de Padres Saletinos brasileiros teve ali sua fundação nesse mesmo ano. Alguns anos depois, em 1936, iniciaram as grandes Romarias a Nossa Senhora da Salette no local. Em vista do grande movimento de peregrinos em Marcelino Ramos, o então Bispo de Santa Maria, Dom Antônio Reis, Diocese à qual pertencia a vila, solicitou aos Missionários Saletinos que construíssem um Santuário dedicado a Nossa Senhora da Salette.  O novo templo mariano foi iniciado em 1946, Ano Centenário da Aparição de Nossa Senhora da Salette, e inaugurado no Natal de 1948.

O Seminário de Marcelino Ramos tornou-se, em 1946 ainda, a sede da Revista SALETTE, fundada no Rio de Janeiro em 1917. Desde então era lá editada. O Seminário é também a base de atuação da Equipe Missionária Saletina que presta serviço a inúmeras Paróquias do Sul do Brasil.

Com o crescimento do número de seminaristas internos no Seminário que fica junto ao Santuário de Marcelino Ramos, tornava-se necessário um espaço maior. Em 1956, iniciaram os trabalhos de construção de uma nova ala para o Seminário, concluída em 1962. Atualmente, junto ao Santuário, também se encontra a Casa do Noviciado. Hoje a Província mantém Casas de Formação não só em Marcelino Ramos, como também em União da Vitória e Curitiba, no Paraná, na Capital de São Paulo, em Salvador, na Bahia, e em Belo Horizonte, Minas Gerais.

Em 1963 a Província Imaculada Conceição dos Missionários de Nossa Senhora no Brasil assumiu extensa região missionária em Valença, ao sul de Salvador, Bahia. Poucos anos antes, diversas Paróquias foram assumidas também no sul do Brasil: em Curitiba e no interior do Estado do Paraná. Em Curitiba, além da Casa Provincial, é atendida uma Paróquia-Santuário e um centro de retiros, de encontros pastorais e de formação sacerdotal, chamado Instituto Salette.

Em Várzea Grande, MT, os Missionários se fazem presentes para atender uma vasta Paróquia e um Santuário Arquidiocesano dedicado a Nossa Senhora da Salette. Estão igualmente presentes em Cujubim, na Rondônia, numa frente missionária. Atendendo ao pedido do Bispo da Diocese de Ipameri, Goiás, atuam também em Caldas Novas, GO, onde, em 2004, iniciaram a obra do Santuário Diocesano de Nossa Senhora da Salette. Já haviam dado valiosa ajuda à Diocese de Goiás, GO, entre 1990 e 2000. Recentemente, a pedido do Bispo Diocesano e dos Monges do Mosteiro de Taizé, em Alagoinhas, Bahia, os Missionários Saletinos assumiram a direção deste Centro Ecumênico de Espiritualidade da Reconciliação. Há muitos anos a Província do Brasil atende a uma especial Missão junto a comunidades de portugueses na Diocese de Stutgart, Alemanha. Presta colaboração também no Santuário em LA SALETTE, França, e no Santuário em Atleboro, USA.

A devoção a Nossa Senhora da Salette se expandiu muito e suscitou cá e lá pequenos Santuários e Paróquias dedicados a essa devoção, não só no Brasil, mas também no Paraguai, o que exige uma presença pastoral ocasional dos Missionários Saletinos.

Além desses postos de ação pastoral, os Missionários Saletinos prestaram serviço à Conferência dos Bispos bem como à Conferência dos Religiosos do Brasil, tanto em sua Sede Nacional, quanto em Sedes Regionais.

No apostolado da Reconciliação a que os Missionários de Nossa Senhora da Salette se doam, contam com a colaboração das Irmãs de Nossa Senhora da Salette presentes na França, Angola, Madagascar, Filipinas, Brasil e Myanmar. No Brasil, as Irmãs têm comunidades em Curitiba e União da Vitória, no Paraná, e em Várzea Grande, no Mato Grosso.

Nos últimos anos, a Congregação dos Missionários de Nossa Senhora da Salette deu início a um movimento de associados a sua espiritualidade e apostolado de Reconciliação, sob o nome de Leigos Saletinos. São homens e mulheres encantados com o “evento da Salette”. Sem pertencerem aos quadros formais da Congregação e permanecendo no próprio estado de vida, profissão e residência, se unem aos Missionários no empenho de uma vida cristã reconciliada e reconciliadora na Igreja e na sociedade atual. Seguem um Regimento de Vida próprio que prevê a organização interna, os princípios de vida e espiritualidade, e que os mantém unidos entre si e a Nossa Senhora da Salette, segundo o carisma da Reconciliação. O movimento existe em diferentes países. 

No Brasil são dezenas de pessoas, em diferentes Estados do país, que participam do movimento depois de adequada iniciação. Reúnem-se periodicamente para a mútua animação em seu projeto de vida, em união com os Missionários e as Irmãs de Nossa Senhora da Salette

BIBLIOGRAFIA:

  • “SALETTE: DE VOLTA À FONTE”, Pe. Atico Fassini ms, Curitiba, 2012                                   
  • “CRÔNICAS DE UMA MISSÃO”, Pe. Atico Fassini ms,  Curitiba, 2002