ARTIGOS

PADRE GIRAUD, UM SALETINO A SERVIÇO

Padre Silvano Maria Giraud não precisa ser apresentado aos Sacerdotes e Religiosos e àqueles que possuem um mínimo de cultura mariana. O objetivo deste humilde texto é despertar em todos o desejo de conhecer melhor, para imitar-lhe e invocar-lhe.
Padre Silvano nasceu em 30 de setembro de 1830, em Eguilles (França), grande povoado entre Aix e Marseille. Aos nove meses estava em perigo de morte e seu pai lhe consagra a Nossa Senhora. Quando criança seu divertimento preferido eram as procissões com as crianças para suplicar a chuva e o canto da Missa e das Vésperas. O Vigário admirava a precoce piedade de Silvano que rezava longamente na igreja deserta. Ajudava o pai que era padeiro e todos eram atraídos pela sua modéstia e jovialidade. O pai, em uma videira de sua propriedade, gostava de declamar para o filho poesias e líricas ou ilustrar episódios bíblicos.
Seu serviço começou cedo na igreja, certa vez o vigário lhe perguntou: “Quer me ajudar na Missa?” e o pai respondeu – “Não pode lhe fazer maior agrado, pois meu filho ama isto!” então o padre lhe perguntou: “Que coisa vai ser quando crescer? Professor? Operário? Ou quer ser Sacerdote?”. Um sorriso radiante foi a resposta de Silvano.

O SACERDOTE

Recebeu severa formação na Escola Presbiteral. O Pároco teve a coragem de dizer: “Eu não brincava mais com ele!”. Aos 14 anos, Silvano – muito ágil para a sua idade – entra no Seminário Menor de Aix-en-Provence. Durante as confusões da Revolução de 1848, Silvano decide vestir o hábito religioso, neste mesmo dia morria o Monsenhor Affre, sob as barricadas de Paris. “Como é belo, Jesus Crucifixo, na sua abnegação! Como nos faz bem estar pertinho dele!”, rezava frequentemente. Em 17 de dezembro de 1853 é ordenado Sacerdote em um salão do Arcebispado de Aix e disse: “Ó Senhor, se não devo ser santo, faz-me morrer!”.
Foi nomeado vigilante do Seminário Menor onde, com as suas exortações, na Capela, encantava alunos e diretores. Os seus dotes oracionais foram logo conhecidos e será chamado para calcar os púlpitos das grandes igrejas, com um grande sucesso. Celebrando em um convento de Monjas Capuchinhas conhece uma grande freira: Madre Sainte-Claire, que lhe fez de Mãe Espiritual até o momento que ela morreu em 1865.

O SALETINO

Depois de tantos anos de incerteza, o encontro decidido com a Virgem da Salette: “Nossa Senhora quer que eu me torne Missionário de suas lágrimas. Não existe convicção mais íntima!”, disse em 24 de agosto de 1857. Antes vai em busca da cura de de uma deficiência ocular e ao seu retorno fica em Ars e assim pode se aproximar do Santo Cura e escutar uma fervorosa meditação sobre a Eucaristia. Após muita resistência, o Arcebispo de Aix dá a Padre Silvano a licença de deixar a Diocese pela Salette, era 13 de novembro de 1858. Foi o primeiro Noviço da nascente Congregação dos Missionários de Nossa Senhora da Salette. Era muito estimado pelo Superior Geral e, então, foi nomeado Mestre dos Noviços no ano de 1862. Inicia a escrever os seus primeiros livros. No ano de 1865 foi eleito Superior Geral e novamente reeleito por mais três vezes, até a sua espontânea demissão. Dedicou-se ao ministério da pena: os seus livros sobre a Vida Religiosa e, sobretudo a sua obra-prima “Sacerdote e Hóstia”, tornaram-se livros importantes.

O MISSIONÁRIO

Em Roma vai ao encontro do Papa Leão XIII que concede a Coroação da Estátua e o título de Basílica Menor para o Santuário de La Salette, é como fulgurado de uma iluminação divina. Superiores Religiosos e Bispos invocam o seu ministério para os Exercícios Espirituais; em qualquer parte deixa a sua fama de santidade. Depois de ter feito inumeráveis Exercícios Espirituais ao Clero, interrompeu a viagem por causa de um mortal cansaço. Foi acolhido em um hospital para os pobres em Tarascon. Amava os pobres, certa vez deu a um mendigo tudo que tinha no porta-níqueis, ficou sem moedas para pagar a passagem do trem. O cortês funcionário aceitou em troca alguns selos.
Depois de uma breve doença, morreu com simplicidade em 22 de agosto de 1885, todos ficaram edificados pela sua piedade e pela sua extraordinária força de ânimo. Desejava ser sepultado como um pobre desconhecido, mas depois de triunfantes exéquias, o seu cadáver é transladado para a Salette, na tumba dos Superiores Gerais, defronte à Basílica de sua amada Virgem da Compaixão.

Texto adaptado do livreto: S.M. GIRAUD, mission. LA SALETTE